Rótulos de cultura
Pessoas adoram rótulos. Rotular am até a cultura. Bichinho se para, em um museu, diante da obra de um “grande mestre”, fica analisando um montão e rabiscos e fazendo de conta que está interpretando a arte. Ou então passa as noites lendo mais de trezentos romances de autoria de famosos, cujos quais apenas uns vinte por cento, tem conteúdo interessante, mas ele lê todos só para dizer que é culto. Ou passa o tempo todo ouvindo a Marcha Fúnebre só porque é do Chopin. Mas se perguntar pra ele onde é a Bósnia ele não tem a menor idéia. Ou se perguntar sobre Galileu Galilei ele vai se irritar com a pergunta por sua audácia de indagar sobre quem, ele pensa ser, uma dupla sertaneja. Livros didáticos, sobre ciências, geografia, história, até mesmo os mais básicos, eles jamais abriram um a não ser na escola, apenas para decorar alguma coisinha que provavelmente vai cair na prova. Se e quando, olham para o céu, jamais irão se interessar em admirar e tentar interpretar a maior de todas as obras