Revolução interior
QUE FAÇAM O QUE NÃO
FAZEMOS.
QUE RESPEITEM O QUE
NÃO RESPEITAMOS.
QUE CUMPRAM O QUE
NÃO CUMPRIMOS.
QUE AMEM O QUE NÃO
AMAMOS
Protestamos contra
a corrupção, mas somos corruptos e corruptores.
Exigimos os
benefícios, mas sonegamos os recursos.
Humilhamos os
frágeis e bajulamos os fortes.
Temos uma grande
coragem para esconder nossos atos covardes.
Não estendemos a
mão para quem está um degrau abaixo.
Lambemos os
calcanhares de quem está um degrau acima.
Alimentamos nosso
livre arbítrio arbitrando a liberdade do próximo.
Criamos as leis
para enganar a justiça.
Acreditamos e
amamos um deus, mas somos tementes a ele.
Lemos e repetimos
pensamentos e criações dos sábios.
Mas não pensamos e
nem criamos.
Julgamos a
carranca, prepotência falta de educação e de humor, com respeito.
A simpatia,
humildade, educação e o bom humor, como infantilidade.
JULGAMOS...
O guerreiro como um
herói.
Mas o profeta como um
louco.
O tirano como um
líder.
Mas o libertário como
um idiota sonhador.
Alimentamos nosso
ego e mantemos como sua escrava, nossa consciência.
Protestamos muito,
reclamamos, exigimos, levantamos bandeiras e cartazes em passeatas, falamos até
em revoluções. Olhamos o mundo e pensamos em mudar tudo, revolucionar, evoluir.
Olhamos o mundo como se fosse “eles” esquecendo que somos “nos”. O mundo não
são eles: os corruptos, injustos, mentirosos. Nos somos o mundo, nos somos os
corruptos, injustos e mentirosos. Devemos começar os protestos contra nossos
próprios atos. Reclamarmos contra o que fazemos. Levantarmos bandeiras e
cartazes em nossa consciência. Uma revolução interior derrubando nosso ego com
a força de nossa consciência. Se cada um de nos fizesse isso, não haveria
necessidade de mudar nada, acordaríamos amanhã em um mundo revolucionado.
MAS PARA ISSO, O
PRIMEIRO ATO É O DE TOMARMOS CONSCIÊNCIA DE QUE TODOS OS DEFEITOS, QUE
ENXERGAMOS NOS OUTROS, SÃO OS NOSSOS PRÓPRIOS DEFEITOS. ENTÃO NÃO VAMOS TENTAR
MUDAR OS OUTROS E SIM, A NÓS MESMOS.
Não fingindo amar
para fingirmos sermos amado.
Não fingindo sermos
justos para exigirmos justiça.
Não fingindo sermos
incorruptíveis para exigirmos o fim da corrupção.
Não exigirmos que
os outros nos escutem enquanto não deixamos que ninguém fale.
Não exigindo nossa
liberdade enquanto aprisionamos nossos próprios entes amados.
Não enxergando nos
outros, nossos próprios defeitos.
Somos governados e
legislados por seres que são a nossa própria imagem e semelhança. O que podemos
esperar de governantes e legisladores assim? Apenas a nossa própria imagem e
semelhança.
Uma revolução pode
ser feita em poucas horas. Hoje à noite, vamos dormir com nossos egos e amanhã
despertarmos com nossas consciências. Então, teremos começado a revolução
Recebemos de nossa sociedade
humana, aquilo que contribuímos, materialismo.