O ATO E A FÉ
Apesar de ser, hora agnóstico, outra hora cético e às vezes
simplesmente ateu, sempre procuro respostas para minhas dúvidas dentro de minha
própria concepção da vida. Sempre procurei, mesmo errando, achar o caminho do
bem e sempre julguei que para achar esse caminho será apenas dentro de mim, de
dentro pra fora e não de fora pra dentro.
Por muitas e muitas vezes tentei imaginar se existe um Deus e como ele
julgaria as criaturas: por seus atos ou por sua crença? Penso que se existisse
um Deus, certamente ele seria uma criatura suprema e portanto, dotado da mais
pura bondade não importando para ele se o bom ignora a sua existência. Acredito
que para ele, um homem que é cético com relação a sua existência porém
espontaneamente fiel praticante dos conceitos do bem, tem mais valor do que alguém
que crê nele mas não é praticante dos
seus conceitos, portanto não acredita em sua essência. Quando se acredita em
Deus, automaticamente acrescenta-se a ideia de orações, premiações ou castigos.
Fala-se que é um Deus pai, mas esse pai para com seus filhos é apenas um juiz,
que julga seus filhos pelo tamanho de sua fé e orações, mas não por seus atos
voluntários sem orações e sem esperar, com eles, premiações ou castigos. O
prêmio já esta sendo concedido e castigo não existe. Existem apenas lições que
nos são dadas junto com o premio que é a vida. Castigos são simplesmente
reações a atos e essas reações são lições para que alcancemos o senso de
humanidade em sua plenitude e a eternidade de nossas vidas, não importando se
essa eternidade é de uma alma ou unicamente dos bons atos que aqui praticamos e
que ficaram gravados em nossos rastros.
RCM